quarta-feira, 25 de junho de 2008

POEMA RAPIDINHO

Tempo,
Inóspito e vil!
Mas relativo, impossível:
Apressa-se quando agradável,
Arrasta-se quando hostil!


Lílian Martins
25.06.08
15h12m

terça-feira, 24 de junho de 2008

AO FILHO DO VENTO

Mal começou a tarde,
Fez-se noite.
Feneceu o último elemento
Da caixa de Pandora:
Esperança cansou-se de esperar
E rapidamente, daqui, sem destino,
Foi-se embora...

Levou consigo o bravo menino,
Filho do vento,
Cansado de lutar por longa data,
Levou consigo todo o tormento,
Deixando amor, saudade
E o mais, é nada...

Bravo menino, filho do vento
Sopraste afeto em muitas vidas
Segue teu destino, agora incerto,
Sobe ao céu, posto que és brisa.


Lílian Martns
24.06.08
14h30m

domingo, 15 de junho de 2008

OLHOS TEUS

Que misteriosa vastidão tem os teus olhos
Que me perdi quando apenas os fitei?

Como a aurora,
Mansamente espanta frio e trevas,
Luz e vida me irradiaram os olhos teus!

Mas como não sentir ciúmes de teus olhos
Que ligeiros, encantam a tudo o que se vê?
Serão capazes de amar além de mim?
Serão capazes de me fazer sofrer?

E se teus olhos se encantarem por outros olhos
Que iguais aos teus encantam a tudo o que se vê?
O que será que restará de mim
Senão dois olhos mareados sem os teus?


Lílian Martins
09.06.08
11h40m

domingo, 8 de junho de 2008

MARIA LIS


Pequenina flor
Que segredos leva nesses olhinhos gris?
Que a todos encantam com o seu breve fitar
Que a todos cativam quando nos sorriem!

Como é macia sua cútis rosada,
Como é brilhoso seu pequeno cabelo,
Que paz emana seu terno abraço,
Que pureza exala em seu gostoso cheiro!

É grande a emoção de sua chegada,
Mais que alegria receber sua visita
Que felicidade ouvir sua risada,
E que enorme saudade,
Quando está de partida!


Tia Li.
04.02.08

ESPELHOS


Olhos vermelhos,
Capilares inchados,
Testa franzida,
Não me reconheço...

Talvez seja o mundo um grande salão de espelhos
Ofuscantes, imensos e disformes...

“Em que espelho ficou perdida minha face?”
Vivo Cecília, por um momento...

Quem terá dito que os olhos são espelhos d’alma?
(Agora, Tomé...)

Não me reconheço nesse reflexo
De alma vazia e pensamento fugidio...

Mentem os espelhos da alma humana!



Lílian Martins
27.05.08
12H21M

DILEMA




Viver ou estagnar?
Na certa não seria um dilema
Uma vez que se usando a inteligência,
A saída é óbvia...

Mas como explicar as razões da emoção?

O fato é que me sinto presa,
Mas eis que minhas amarras são fitilhos de seda,
E para a liberdade basta um leve puxão.

Por que então hesito em desprender-me
Se a saída é tão simples?

Imagino-me uma vítima que tem amizade ao seu seqüestrador:
Apesar da ciência de que este lhe cerceou a liberdade,
Não consegue lhe desejar mal...

Sigo vivendo em pseudo-dilema,
Por dias a fio...

Estagnar ou viver?

Só há uma importante decisão a tomar:
Quem é mais importante?
Eu ou você?


Lílian Martins
28.05.08

JANGADA


Ontem a minha poesia esmoreceu...
Finalmente resolvi o dilema:
Lancei-me à vida outra vez!
Ao grande oceano errante e solitário,
Sujeito aos rigores das variações
Das condições atmosféricas...

Sou uma pequena jangada
Extremamente castigada pelo mar revolto,
Mas que luta sofrivelmente para manter-se em curso,
Abstraindo a idéia de que um dia existiu
E que fora agradável a calmaria...

Nesse cenário de vento forte e água
Me ardem demasiado os olhos
Que anseiam, em muito breve,
Voltar a fitar a praia...



Lílian Martins
03.06.08
10h57m

sábado, 7 de junho de 2008

LUZ

Que luz intensa é essa

Que avisto ao longe

Em noite tão escura?


Que estranha luz é essa que me ofusca

E ao mesmo me encanta?


Será o sol querendo disputar espaço com a lua?


Ou será uma nova estrela que no negro céu desponta?


Continuo a comtemplar a cintilante imagem

E eis que finalmente consigo ver os seus olhos

Radiantes.


Que me sorriem como uma aquosa miragem

No ressequido deserto


E com seu inebriante mistério

Me seduzem...


Lílian Martins
06.06.08

14h45m