Apenas de palavras vivo,
De palavras hermeticamente escritas
Em um labirinto verbal.
Palavras escritas ao léu ou a ermo,
Mas que juntas jamais ousam denotar aquilo
Que aceito apenas em momento fortuitos
E etílicos...
Apenas de palavras vivo,
Palavras que anseiam ler outras palavras
Que exprimam mais além de um desejo reticente...
Apenas de palavra vivo,
De palavras profundas
Como versos de Cecília, Vinícius e Quintana,
Repletas de amor, saudades
E vazio...
Apenas de palavras vivo...
De palavras, apenas...
Lílian Martins
17.07.08
14h43m
quinta-feira, 17 de julho de 2008
sábado, 12 de julho de 2008
A DUNA
Aprecio de cima da duna a maravilhosa paisagem...
O vento vindo do mar carrega, aos poucos,
O punhado de areia que tenho na mão.
Reluzindo, rumo ao sol,
Os grãos me escapam por entre os dedos,
Quanto mais os aperte...
E mesmo contrariando a vontade,
Ouço a tácita poesia advinda da cena:
Estou sentada sobre o passado,
Sobre areia já escoada da ampulheta de minha vida...
Sim, alguns anos já me passaram,
Bons e ruins,
E seguem passando, ruins e bons.
Não há nada que se possa fazer para interromper o seu curso.
A duna, móvel, segue aumentando.
Ora se desfaz, seduzida pela brisa;
Ora se refaz, pelo simples fugir do tempo...
Aqui do alto, sentada sobre minha história,
Revisito o recôndito e semi-cerrado baú de minhas lembranças,
De poesias e canções empoeiradas,
De tristezas e emoções,
E de desejo
Inefável...
Sorrio para o vento.
Vasculho um pouco mais o baú
Repleto de metáforas inéditas,
E de construções verbais
Que nasceram sem o dom de encantar,
Sem o poder da retórica.
Em atitude estóica
Fecho o baú, mas não o tranco.
Sigo contemplando a paisagem...
Apesar de estar no alto,
O vento vindo do mar carrega, aos poucos,
O punhado de areia que tenho na mão.
Reluzindo, rumo ao sol,
Os grãos me escapam por entre os dedos,
Quanto mais os aperte...
E mesmo contrariando a vontade,
Ouço a tácita poesia advinda da cena:
Estou sentada sobre o passado,
Sobre areia já escoada da ampulheta de minha vida...
Sim, alguns anos já me passaram,
Bons e ruins,
E seguem passando, ruins e bons.
Não há nada que se possa fazer para interromper o seu curso.
A duna, móvel, segue aumentando.
Ora se desfaz, seduzida pela brisa;
Ora se refaz, pelo simples fugir do tempo...
Aqui do alto, sentada sobre minha história,
Revisito o recôndito e semi-cerrado baú de minhas lembranças,
De poesias e canções empoeiradas,
De tristezas e emoções,
E de desejo
Inefável...
Sorrio para o vento.
Vasculho um pouco mais o baú
Repleto de metáforas inéditas,
E de construções verbais
Que nasceram sem o dom de encantar,
Sem o poder da retórica.
Em atitude estóica
Fecho o baú, mas não o tranco.
Sigo contemplando a paisagem...
Apesar de estar no alto,
A duna e sua mobilidade não me causam pânico.
Sorrio para o vento que me leva os grãos...
Sorrio para o vento que me leva os grãos...
Talvez, um dia, traga-me folhas
Com as palavras
Nunca ditas.
Lílian Martins
13.07.08
01h01m
Nunca ditas.
Lílian Martins
13.07.08
01h01m
(Imagem: www.francosegurosaude.com.br/.../dunas-jeri.bmp)
quinta-feira, 10 de julho de 2008
CREPÚSCULO
O calor solar paulatinamente dá lugar
À fria brisa que anuncia a noite vindoura.
A lua crescente discretamente desponta
Entre os chumaços de nuvens brancas
No azul celestial
No oeste, o sol,
Tímido entre os prédios,
Apresenta novas nuances para os seus raios:
Bronze, marrom e laranja se sobrepõem aos conhecidos
Dourado, amarelo e branco.
E, ao final,
Ao crepúsculo,
Todos se esvaem
Dando espaço aos negros traços
À fria brisa que anuncia a noite vindoura.
A lua crescente discretamente desponta
Entre os chumaços de nuvens brancas
No azul celestial
No oeste, o sol,
Tímido entre os prédios,
Apresenta novas nuances para os seus raios:
Bronze, marrom e laranja se sobrepõem aos conhecidos
Dourado, amarelo e branco.
E, ao final,
Ao crepúsculo,
Todos se esvaem
Dando espaço aos negros traços
Da escuridão noturna...
Lílian Martins
09.07.08
17h15m
Lílian Martins
09.07.08
17h15m
(Imagem: ferrus.blogs.sapo.pt/arquivo/crepusculo_gr.jpg)
terça-feira, 1 de julho de 2008
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