sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CEGUEIRA BRANCA

De repente fez-se um clarão
E uma escuridão branca me inundou os olhos
Como é possível ver, sem enxergar?

Incontável é o tempo perdido em desvarios
E em coisas efêmeras
Quando o que realmente importa
Está a alguns centímetros do nariz
Ou diante dos olhos, apesar de abertos, fechados...

O espelho da alma me está translúcido...
Não há nada além de imagens disformes...

E se somente agora começo a vislumbrar a realidade
E tudo o quanto vira antes não passara de ilusões óticas?!

Deus! Haverei de ter estado
Insensível à beleza do mundo?
Às cores, às formas, ao brilho das coisas,
À beleza do som, das vozes, dos timbres,
Ao toque, à suavidade?...

Abriu-se um novo universo
Quando fechou-se em mim a vista que tinha sobre o mundo

E o clarão
A escuridão branca
De repente é minha libertação.



Lílian Martins
16.12.08
20h55m

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

DEZEMBRO

Já é dezembro...
E o último mês do ano chega com toda a sua força,
Com todo o brilho das pequenas lâmpadas coloridas
Que à noite iluminam as árvores e fachadas...

Dezembro chega e com ele a nostalgia
De um ano que teima em fenecer,
Cujo ontem, nas retrospectivas jornalísticas televisivas,
Parece bem mais distante do que o dia anterior...

Dezembro chega e com ele a alegria natalina
De espíritos menos desumanos,
De presentes, roupas novas e ceia,
De cartões, e-mails e telefonemas
De parentes e amigos distantes

Dezembro chega e com ele a esperança
De que o ano vindouro
Seja diferente...

...E melhor...


Lílian Martins
02.12.08
13h54m