De repente fez-se um clarão
E uma escuridão branca me inundou os olhos
Como é possível ver, sem enxergar?
Incontável é o tempo perdido em desvarios
E em coisas efêmeras
Quando o que realmente importa
Está a alguns centímetros do nariz
Ou diante dos olhos, apesar de abertos, fechados...
O espelho da alma me está translúcido...
Não há nada além de imagens disformes...
E se somente agora começo a vislumbrar a realidade
E tudo o quanto vira antes não passara de ilusões óticas?!
Deus! Haverei de ter estado
Insensível à beleza do mundo?
Às cores, às formas, ao brilho das coisas,
À beleza do som, das vozes, dos timbres,
Ao toque, à suavidade?...
Abriu-se um novo universo
Quando fechou-se em mim a vista que tinha sobre o mundo
E o clarão
A escuridão branca
De repente é minha libertação.
Lílian Martins
16.12.08
20h55m
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
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